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Monkeypox: Desmistificando a Doença e Acalmando a população




A mpox (anteriormente conhecida como monkeypox) não é uma doença nova, embora recentemente tenha ganhado mais visibilidade. O vírus foi identificado pela primeira vez em 1958 em macacos no Congo e, desde os anos 1970, casos em humanos têm sido registrados, principalmente na África Central e Ocidental, onde é endêmica.


Uma das principais causas de desinformação sobre a mpox é associá-la exclusivamente a uma doença sexualmente transmissível (DST) ou uma doença de potencial pandêmico. Embora a transmissão sexual tenha sido predominante no surto atual que está em andamento desde 2022, ela não se limita a esse tipo de contato. A doença é transmitida principalmente pelo contato direto com lesões na pele ou fluidos corporais de uma pessoa infectada. Além disso, pode ocorrer transmissão através de superfícies contaminadas e contato próximo com uma pessoa infectada, como acontece entre membros da mesma casa. Além disso, sua dinâmica de transmissão respiratória torna muito improvável ela ter o potencial de virar uma crise pandêmica como ocorreu anteriormente com vírus respiratórios como influenza e COVID.


Outro mito comum é que a mpox é uma ameaça exclusiva para a comunidade LGBTQIA+. Embora o surto recente tenha afetado em grande parte homens que fazem sexo com homens, especialmente jovens não vacinados para a vacina da varíola humana (até 1975 em média tivemos essa vacinação) qualquer pessoa pode contrair a doença se estiver em contato íntimo e próximo com alguém infectado. O importante é lembrar que a transmissão não ocorre facilmente em espaços públicos, como ônibus ou aeroportos, a menos que haja um contato físico direto, íntimo e prolongado com alguém infectado


A prevenção envolve evitar o contato próximo com pessoas que apresentem sintomas, como erupções cutâneas, e praticar boa higiene. A vacinação específica também é uma ferramenta crucial, especialmente para grupos de maior risco. Atualmente temos duas vacinas autorizadas para prevenção de Monkeypox porém o acesso à elas é dificultado pela baixa produção.


A doença em sua vasta maioria dos casos é leve, apesar de estigmatizantes, e costuma curar sem sequelas. Existe tratamento específico que, devido a dificuldade de aquisição, também só é reservado para os poucos casos graves.


Desmistificar a mpox é fundamental para diminuir o pânico e garantir que as pessoas tomem medidas adequadas e informadas para sua proteção. A mpox é tratável, e com a disseminação correta de informações, podemos enfrentar essa doença de forma eficiente e sem alarme exagerado. Ela não está em curso epidêmico no Brasil, ela não é uma ameaça a você ou sua família.




Referências Bibliográficas

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